domingo, 30 de agosto de 2015

Contrabandistas na Fronteira

CONTRABANDISTAS NA FRONTEIRA
"Alberto Silva Filho"

O inspetor Zé da Silva foi chamado para investigar um caso de contrabandistas que trabalham em conjunto com uma Organização de Tráfico de Drogas Internacional. Há suspeitas de que os contrabandistas utilizem a fronteira terrestre para tal ato. Após uma paciente espera, que durou semanas, juntamente ao posto da alfândega, o inspetor suspeitou de um carro vermelho que fazia diversas viagens de ida e volta durante a semana.

O inspetor então, pediu a um fotografo, que discretamente sem levantar suspeitas do motorista, tirasse fotos do momento em que o carro entrava no país e quando ele saia no dia seguinte.Após ter acesso as fotos e as analisar atentamente, o inspetor mandou deter o carro quando este realizava sua travessia pela fronteira. Ele sabia exatamente onde procurar o contrabando.E aí? Você saberia dizer onde está escondido o contrabando só de olhar a foto abaixo? 

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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

E o culpado é ...

Após a interrogação o inspetor revela o culpado.
O único suspeito que possa realizar um crime desses é o dedos.
O Dr. Delicado por ser especialista em coleção de relíquias jamais roubaria só joias, até porque sua especialidade é relíquias antigas como selos e moedas de várias épocas que também constavam no museu.
O zé fumaça não larga o cigarro nem na hora de roubar, se fosse o zé ele teria deixado cair as cinzas do cigarro como também teria disparado o alarme do detector de fumaça do museu.
Então o único que sobra é o Dedos, pois por ser especialista em joias e pedras preciosas com certeza roubou só as joias, moedas de ouro e diamantes que reconhecia como valiosas, como diamantes e joias de mostruário.


Gostou? Logo postaremos outro conto enigma, por favor responda nosso questionário sobre o blog, é de extrema importância a sua colaboração preenchendo este formulário, pois você estará nos ajudando a construir os resultados  e desta maneira evoluindo ainda mais nosso trabalho, para preencher Clique Aqui.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O roubo no museu

O ROUBO NO MUSEU
“Alberto Silva Filho”

Certamente a terra dos enigmas sempre nos instigam a usar nossa imaginação e viajar em situações inusitadas, mas o que o inspetor pente fino tem para nos contar hoje?
Certo dia em seu respectivo recinto um telefonema urgente faz o inspetor pente fino correr até o grande museu da cidade, lá foi chamado para investigar um roubo que havia acontecido.
O caso se passa no maior museu de relíquias históricas e joias da cidade, o ladrão, esperto conseguiu realizar o roubo de joias preciosas sem disparar nenhum alarme e não deixou nenhuma pista a vista.
Sem muito que fazer, o inspetor recebe o comunicado de que três suspeitos foram encaminhados para o museu aonde iriam ser interrogados.
Assim que o inspetor terminou a examinação do local ele foi até uma sala nos fundos do museu para começar a interrogar os suspeitos.
O inspetor entra na sala e a ele são apresentados os suspeitos: zé fumaça, Dr. Delicado e o dedos.
O primeiro a ser interrogado é o Zé fumaça, que nunca deixa de fumar nem quando está roubando e sua especialidade são joias finas.
O segundo a ser interrogado é o Dr. Delicado, além de cuidadoso é uma autoridade por ter conhecimento e ter grandes coleções de relíquias antigas.
O ultimo a ser interrogado é o dedos, é um grande apreciador e especializado também em joias.
Após um dialogo com cada suspeito o inspetor chega até o responsável pelo museu e aponta o culpado.
Quem o inspetor vai apontar como culpado? E por quê?

Curioso para saber a resposta? Deixe aqui embaixo nos comentários quem você acha que é o culpado, desta forma podemos trocar ideias e sugestões, assim podendo haver um dialogo entre nós do blog e você leitor, e no dia 06/09 iremos publicar a resposta deste conto enigma.
Por favor responda nosso questionário sobre o blog, é de extrema importância a sua colaboração preenchendo este formulário, pois você estará nos ajudando a construir os resultados  e desta maneira evoluindo ainda mais nosso trabalho, para preencher Clique Aqui.
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sábado, 1 de agosto de 2015

Trezentas Onças

TREZENTAS ONÇAS
"Simões Lopes Neto"
Eu tropeava, nesse tempo. Duma feita que viajava de escoteiro, com a guaiaca empanzinada de onças de ouro, vim varar aqui neste mesmo passo, por me ficar mais perto da estância da Coronilha, onde devia pousar. Parece que foi ontem! ... Era por fevereiro; eu vinha abombado da troteada. Olhe, ali, na restinga, à sombra daquela mesma reboleira de mato, que está nos vendo, na beira do passo, desencilhei; e estendido nos pelegos, a cabeça no lombilho, com o chapéu sobre os olhos, fiz uma sesteada morruda. Despertando, ouvindo o ruído manso da água tão limpa e tão fresca rolando sobre o pedregulho, tive ganas de me banhar; até para quebrar a lombeira… e fui - me à água que nem capincho! Debaixo da barranca havia um fundão onde mergulhei umas quantas vezes; e sempre puxei umas braçadas, poucas, porque não tinha cancha para um bom nado. E sólito e no silêncio, tornei a vestir - me, encilhei o zaino e montei. Daquela vereda andei como três léguas, chegando à estância cedo ainda, obra assim de braça e meia de sol. Ah!…esqueci de dizer - lhe que andava comigo um cachorrinho brasino, um cusco mui esperto e boa vigia. Era das crianças, mas às vezes dava - me para acompanhar - me, e depois de sair a porteira, nem por nada fazia cara - volta, a não ser comigo. E nas viagens dormia sempre ao meu lado, sobre a ponta da carona, na cabeceira dos arreios. Por sinal que uma noite... Mas isto é outra cousa; vamos ao caso. Durante a troteada bem reparei que volta e meia o cusco parava - se na estrada e latia e corria pra trás, e olhava - me, olhava - me, e latia de novo e troteava um pouco sobre o rastro;  parecia que o bichinho estava me chamando!... Mas como eu ia, ele tornava a alcançar - me, para dai a pouco recomeçar. Pois, amigo! Não lhe conto nada! Quando botei o pé em terra na ramada da estância, ao tempo que dava as — boas - tardes! — ao dono da casa, aguentei um tirão seco no coração... não senti na cintura o peso da guaiaca! Tinha perdido trezentas onças de ouro que levava, para pagamento de gados que ia levantar.
E logo passou-me pelos olhos um clarão de cegar, depois uns coriscos tirante a roxo... depois tudo me ficou cinzento, para escuro... Eu era mui pobre — e ainda hoje, é como vancê sabe...; estava começando a vida, e o dinheiro era do meu patrão, um charqueador, sujeito de contas mui limpas e brabo como uma manga de pedras... Assim, de meio assombrado me fui repondo quando ouvi que indagavam:  Então patrício? está doente? Obrigado! Não senhor, respondi, não é doença; é que sucedeu-me uma desgraça: perdi uma dinheirama do meu patrão... A la fresca!... É verdade... antes morresse, que isto! Que vai ele pensar agora de mim!...  É uma dos diabos, é...; mas não se acoquine, homem!  Nisto o cusco brasino deu uns pulos ao focinho do cavalo, como querendo lambê-lo, e logo correu para a estrada, aos latidos. E olhava - me, e vinha e ia, e tornava a latir... Ah!... E num repente lembrei-me bem de tudo. Parecia que estava vendo o lugar da sesteada, o banho, a arrumação das roupas nuns galhos de sarandi, e, em cima de uma pedra, a guaiaca e por cima dela o cinto das armas, e até uma ponta de cigarro de que tirei uma última tragada, antes de entrar na água, e que deixei espetada num espinho, ainda fumegando, soltando uma fitinha de fumaça azul, que subia, fininha e direita, no ar sem vento...; tudo, vi tudo. Estava lá, na beirada do passo, a guaiaca. E o remédio era um só: tocar a meia rédea, antes que outros andantes passassem. Num vu estava a cavalo; e mal isto, o cachorrinho pegou a retouçar, numa alegria, ganindo — Deus me perdoe! — que até parecia fala. E dei de rédea, dobrando o cotovelo do cercado. Ali logo frenteei com uma comitiva de tropeiros, com grande cavalhada por diante, e que por certo vinha tomar pouso na estância. Na cruzada nos tocamos todos na aba do sombreiro; uns quantos vinham de balandrau enfiado. Sempre me deu uma coraçonada para fazer umas perguntas... mas engoli a língua. Amaguei o corpo e penicando de esporas, toquei a galope largo. O cachorrinho ia ganiçando, ao lado, na sombra do cavalo, já mui comprida. A estrada estendia-se deserta; à esquerda os campos desdobravam-se a perder de vista, serenos, verdes, clareados pela luz macia do sol morrente, manchados de pontas de gado que iam se arrolhando nos paradouros da noite; à direita, o sol, muito baixo, vermelho-dourado, entrando em massa de nuvens de beiradas luminosas. Nos atoleiros, secos, nem um quero-quero: uma que outra perdiz, sorrateira, piava de manso por entre os pastos maduros; e longe, entre o resto da luz que fugia de um lado e a noite que vinha, peneirada, do outro, alvejava a brancura de um joão-grande, voando, sereno, quase sem mover as asas, como numa despedida triste, em que a gente também não sacode os braços... Foi caindo uma aragem fresca; e um silêncio grande, em tudo. O zaino era um pingaço de lei; e o cachorrinho, agora sossegado, meio de banda, de língua de fora e de rabo em pé, troteava miúdo e ligeiro dentro da polvadeira rasteira que as patas do flete levantavam. E entrou o sol; ficou nas alturas um clarão afogueado, como de incêndio num pajonal; depois o lusco-fusco; depois; cerrou a noite escura; depois, no céu, só estrelas..., só estrelas... O zaino atirava o freio e gemia no compasso do galope, comendo caminho. Bem por cima da minha cabeça as Três-Marias tão bonitas, tão vivas, tão alinhadas, pareciam me acompanhar..., lembrei-me dos meus filhinhos, que as estavam vendo, talvez; lembrei-me da minha mãe, de meu pai, que também as viram, quando eram crianças e que já as conheceram pelo seu nome de Marias, as Três-Marias.  Amigo! Vancê é moço, passa a sua vida rindo...; Deus o conserve!…, sem saber nunca como é pesada a tristeza dos campos quando o coração pena!...  Há que tempos eu não chorava!... Pois me vieram lágrimas..., devagarinho, como gateando, subiram... tremiam sobre as pestanas, luziam um tempinho... e ainda quentes, no arranco do galope lá caíam elas na polvadeira da estrada, como um pingo d’água perdido, que nem mosca nem formiga daria com ele!...  Por entre as minhas lágrimas, como um sol cortando um chuvisqueiro, passou-me na lembrança a toada dum verso lá dos meus pagos: Quem canta refresca a alma, Cantar adoça o sofrer; Quem canta zomba da morte: Cantar ajuda a viver!... Mas que cantar, podia eu!... O zaino respirou forte e sentou, trocando a orelha, farejando no escuro: o bagual tinha reconhecido o lugar, estava no passo. Senti o cachorrinho respirando, como assoleado. Apeei-me. Não bulia uma folha; o silêncio, nas sombras do arvoredo, metia respeito... que medo, não, que não entra em peito de gaúcho. Embaixo, o rumor da água pipocando sobre o pedregulho; vaga-lumes retouçando no escuro. Desci, dei com o lugar onde havia estado; tenteei os galhos do sarandi; achei a pedra onde tinha posto a guaiaca e as armas; corri as mãos por todos os lados, mais pra lá, mais pra cá...; nada! nada!... Então, senti frio dentro da alma…, o meu patrão ia dizer que eu o havia roubado!... roubado!... Pois então eu ia lá perder as onças!... Qual! Ladrão, ladrão, é que era!... E logo uma tenção ruim entrou-me nos miolos: eu devia matar-me, para não sofrer a vergonha daquela suposição. É; era o que eu devia fazer: matar-me... e já, aqui mesmo! Tirei a pistola do cinto; armei-lhe o gatilho..., benzi-me, e encostei no ouvido o cano, grosso e frio, carregado de bala... Ah! patrício! Deus existe!... No refilão daquele tormento, olhei para diante e vi... as Três-Marias luzindo na água... o cusco encarapitado na pedra, ao meu lado, estava me lambendo a mão... e logo, logo, o zaino relinchou lá em cima, na barranca do riacho, ao mesmíssimo tempo que a cantoria alegre de um grilo retinia ali perto, num oco de pau!...  Patrício! não me avexo duma heresia; mas era Deus que estava no luzimento daquelas estrelas, era ele que mandava aqueles bichos brutos arredarem de mim a má tenção... O cachorrinho tão fiel lembrou - me a amizade da minha gente; o meu cavalo lembrou - me a liberdade, o trabalho, e aquele grilo cantador trouxe a esperança... Eh - pucha! patrício, eu sou mui rude... a gente vê caras, não vê corações...; pois o meu, dentro do peito, naquela hora, estava como um espinilho ao sol, num descampado, no pino do meio-dia: era luz de Deus por todos os lados!... E já todo no meu sossego de homem, meti a pistola no cinto. Fechei um baio, bati o isqueiro e comecei a pitar. E fui pensando. Tinha, por minha culpa, exclusivamente por minha culpa, tinha perdido as trezentas onças, uma fortuna para mim. Não sabia como explicar o sucedido, comigo, acostumado a bem cuidar das cousas. Agora... era vender o campito, a ponta de gado manso  tirando umas leiteiras para as crianças e a junta dos jaguanés lavradores — vender a tropilha dos colorados… e pronto! Isso havia de chegar, folgado; e caso mermasse a conta..., enfim, havia se ver o jeito a dar... Porém matar - se um homem, assim no mais... e chefe de família... isso, não! E d’espacito vim subindo a barranca; assim que me sentiu o zaino escarceou, mastigando o freio.  Desmaneei - o, apresilhei o cabresto; o pingo agarrou a volta e eu montei, aliviado. O cusco escaramuçou, contente; a trote e galope voltei para a estância. Ao dobrar a esquina do cercado enxerguei luz na casa; a cachorrada saiu logo, acuando. O zaino relinchou alegremente, sentindo os companheiros; do potreiro outros relinchos vieram. Apeei - me no galpão, arrumei as garras e soltei o pingo, que se rebolcou, com ganas. Então fui para dentro: na porta dei o  Louvado seja Jesu - Cristo; boa-noite! e entrei, e comigo, rente o cusco. Na sala do estancieiro havia uns quatro paisanos; era a comitiva que chegava quando eu saía; corria o amargo. Em cima da mesa a chaleira, e ao lado dela, enroscada, como uma jararaca na ressolana, estava a minha guaiaca, barriguda, por certo com as trezentas onças, dentro. Louvado seja Jesu-Cristo, patrício! Boa-noite! Entonces, que tal le foi de susto?... E houve uma risada grande de gente boa. Eu também fiquei-me rindo, olhando para a guaiaca e para o guaipeva, arrolhadito aos meus pés...

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